O que o RH pode aprender com as startups?

O que o RH pode aprender com as startups?

*Por Elaine Andrade Santos

Sabemos, há algum tempo, que o RH precisa mudar, sobretudo em um mundo tão dinâmico, repleto de novidades tecnológicas e disruptivo, característica muito bem absorvidas pelas startups, por exemplo. A partir desse raciocínio, proponho o seguinte questionamento: o que nós, profissionais de recursos humanos, podemos aprender com as empresas de tecnologia?

Grupo de estudos Conhecerh, mantido pela ABRH-MG, buscou refletir sobre essa pergunta com o apoio de Thiago Dantas, sócio-fundador da VULPI, startup voltada para o mapeamento de possíveis candidatos da área de Tecnologia da Informação, de forma mais específica, de desenvolvedores.

Ele destacou, entre outras características de uma startup: a inovação, a escalabilidade, a adaptabilidade e a replicabilidade. Analisando a aplicação desses atributos, podemos traçar um paralelo com as características do chamado mundo VUCA (sigla em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo) ou como costuma dizer nossa colega da ABRH-MG, Virgínia Gherard, MUVUCA, talvez encontramos aí um caminho para lidar com a transformação digital e seus impactos na gestão de pessoas. Tempos incertos exigem agilidade na execução, no jargão das startups errar rápido para avançar.

Interessante resgatar as análises de Peter Drucker, escritas no livro “Uma Era de Descontinuidade”, no final da década de 60, no qual abordava as transformações vivenciadas pela sociedade norte-americana em uma época tumultuada. Em 1983, Drucker explica o que denominou de “descontinuidades”, ou seja, as grandes mudanças que ocorrem muitas vezes de forma despercebida pela maioria das pessoas, porém, causam grandes impactos como a larva de um vulcão.

No Livro, Drucker aborda quatro grandes áreas de descontinuidade:

1. o surgimento de novas tecnologias e de novos setores que se baseiam nelas;
2. surgimento de uma nova economia global, dando origem a novos conflitos substitutos aos conflitos de classe vividos no século XIX;
3. o surgimento de uma nova pluralidade de instituições que colocam em cheque a ação e a efetividade dos governos; e
4. a elevação do conhecimento como o novo capital da economia.

“Na organização do conhecimento, na qual o saber é o recurso central, todo trabalhador é um executivo”, arremata o autor. Por fim, Drucker indica ainda que, na era da Descontinuidade, as organizações devem se orientar a: entender as dinâmicas das tecnologias, antecipando-se à velocidade da mudança tecnológica; construir e consolidar uma organização inovadora, composta de pessoas capazes de se antecipar e de aceitar o novo, transformando sua visão em tecnologia, produtos e processos.

Drucker realmente estava falando dos movimentos de mudança, da década de 60, ou fazendo previsões sobre o tempo que vivemos atualmente e o que estar por vir? Sinceramente não sabemos. Mas temos condições, na posição de experts em pessoas, de nos abrir para esse novo modo de atuar, sem os perfeccionismos, as normas, políticas de RH, mais voltado para o feedback instantâneo dos nossos clientes internos. O convite é: desapegar-se a todo momento para ampliar o olhar para novas e interessantes oportunidades.

*Elaine Andrade Santos é professora, consultora de empresas especialista em treinamento e desenvolvimento.

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