A Copa do Mundo de Futebol causou um turbilhão de sentimentos nos brasileiros, da euforia pelo técnico Tite ao desalento pela derrota. O que faltou no estilo de liderança para o hexacampeonato? Quem responde é o consultor César Souza, que, no CONARH 2018, estará no estande da UniBB para lançar o livro Seja o Líder que o Momento Exige.
Qual é a sua avaliação sobre o desempenho do Tite como líder?
CS – Tite é um grande técnico, resgatou o sonho do hexa. Sem dúvida, mereceu a segunda chance na seleção. Mas formou uma equipe de média performance e, para ganhar uma Copa, precisamos ter um time de alta performance. Isso exige um grande grau de integração, a força do coletivo (e não do estrelismo individual) e pessoas com bom nível de maturidade, que precisam ser tratadas e se comportarem como adultas. Tite pareceu muito paternalista; precisava puxar mais pela meritocracia e pelo senso de responsabilidade.
Qual foi a maior lição deixada para as empresas?
CS – A necessidade de formar novos líderes. Quem foi ver estrelas consagradas, como Messi, Neymar, Toni Kroos e Cristiano Ronaldo, acabou vendo uma nova geração de craques, como PogBa, Hazard, Griezmann, Mbappé e Courtois.
Que líder o momento exige no Brasil?
CS – Vivemos um apagão da liderança no mundo político e no campo empresarial, porque estamos formando líderes para uma realidade que não existe mais. O líder exigido hoje possui cinco forças:
1. Constrói um propósito. As pessoas estão em busca de significado, da razão de ser para os sacrifícios exigidos.
2. Forma outros líderes, não seguidores.
3. Inspira pelos valores, não apenas pelo carisma ou pela hierarquia.
4. Entrega resultados surpreendentes, não somente bate metas.
5. Integra, obtém sinergia e constrói pontes entre as áreas, não paredes departamentais.
Fonte: entrevista originalmente publicada na página Pessoas de Valorh, da ABRH Brasil, que circula semanalmente no jornal O Estado de S. Paulo.