Artigo escrito por * Silvano Aragão
O Brasil experimentou a pouco tempo um crescimento fora do comum, ocasião em que foi considerado por muitos economistas a época do pleno emprego. Foram anos dourados da economia Brasileira, notícias boas do Brasil eram publicadas nos cinco continentes, contrário a maioria dos países europeus, o nosso pais caminhava muito bem. Fim da miséria, ascensão de milhões a uma suposta nova classe média, solidez econômica e altas taxas de crescimento eram afirmações comuns que procuravam demonstrar o acerto e correção do modelo econômico em curso e da política econômica vigente. As empresas por sua vez tinham dificuldades para atrair e manter bons profissionais, o cenário era escassez de profissionais qualificados, contadores, administradores e gestores em geral eram disputados a preço de “ouro”, profissionais das engenharias eram valorizados como nunca se tinha visto. As demandas por universidades cresciam cada vez mais, com isso escolas de ensino superior eram abertas por todos os cantos do Brasil, novos cursos surgiam com o propósito de atender demandas do mercado de trabalho, em especial Gestores e especialistas das áreas contábil, RH, Marketing, economia e outros profissionais das ciências gerenciais.
Os tempos mudaram, o pais vem atravessando nos últimos anos uma crise econômica e política que tem como característica principal a perda da credibilidade. O reflexo disso tem sido a perda do grau de investimento no Brasil. Os níveis de emprego caem a cada dia, as empresas por sua vez, buscam profissionais que tenham um alto grau de adaptabilidade as mudanças mercadológicas. A crise política e econômica vem trazendo repercussões para diversas profissões. As profissões das ciências gerenciais são as mais cobradas, as empresas vêm exigindo um vasto leque de competências, como visão de futuro, empreendedorismo, determinação, disciplina, simplicidade e ética. A estas profissões cabe desafiar as próprias crenças. O maior grau de adaptabilidade está na simplicidade de fazer as coisas acontecerem, de inovar e de colocar a “mão na massa”.
A Tecnologia será o grande alicerce para a inovação, mas o principal combustível será as pessoas. Cabe aos líderes influenciar seu time na busca de fazer sempre melhor e com menos, desenvolvendo uma cultura de envolvimento dos colaboradores. A crise passa, mas a transformação permanece, com isso todos saem ganhando, as empresas, os clientes e principalmente os profissionais, que após atravessar este momento de turbulências saem mais seguros e competentes para atuar em qualquer cenário. Os contextos históricos das crises nos últimos 1.000 anos nos fazem acreditar que em breve teremos um cenário de crescimento econômico, mas lembre-se, atrás de toda onda de prosperidade sempre surgem novas crises, com elas temos fusões, aquisições e incorporações de empresas e negócios, então, o cenário muda novamente. O que não deve mudar é a disposição do profissional em querer fazer sempre o seu melhor. Pense nisso!
*Silvano Aragão é Mestre em Administração, MBA em Gestão estratégica de Pessoas e graduado em Administração, Gerente Executivo de Gente e Gestão da Federação do Comércio, Vice-Presidente Financeiro da ABRH-MG e Professor universitário. Eleito Personalidade do ano em 2012, e em 2005 ganhador do Prêmio melhores práticas em Gestão de Pessoas pela ABRH-MG.