As dívidas não afetam somente a vida financeira de uma pessoa. Em outras palavras, não é só o bolso que acaba sendo prejudicado quando o consumidor deixa de pagar as contas. Dívidas em excesso também podem ocasionar uma série de problemas emocionais e físicos, dificuldades no relacionamento pessoal e até mesmo problemas profissionais.
A conclusão é de um levantamento nacional realizado apenas com consumidores que têm contas em atraso há mais de 90 dias pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com o levantamento divulgado em outubro deste ano, dois em cada três (65,6%) inadimplentes se sentem deprimidos, tristes e desanimados por estarem devendo e 16,8% reconhecem que por não conseguirem pagar as contas, passaram a descontar a ansiedade em algum vício, como cigarro, comida ou álcool, sobretudo as pessoas das classes C, D e E (17,5%). E esse excesso irá significar um prejuízo ainda maior da saúde. A pesquisa também detectou que alguns devedores acabam apresentando comportamentos distintos. Enquanto uns sentem dificuldades para dormir (39,7%) e maior vontade de comer (21,4%), outros acabam desenvolvendo atitudes opostas, como perda de apetite (24,9%) e vontade fora do normal de dormir (20,6%), comprovando que as dívidas em atraso muitas vezes trazem prejuízos para o corpo e para a mente de quem está devendo.
Da mesma forma, o humor de boa parte dos entrevistados é impactado pelo endividamento, causando abalos na vida social. Os principais efeitos incluem ficar facilmente irritado (47,2%) ou mal-humorado (45,8%), além de ter menos vontade de sair e socializar com outras pessoas (42,2%). Mas o problema nos relacionamentos pode se agravar ainda mais. 12,6% dos entrevistados têm estado mais nervosos, cometendo agressões verbais a familiares e amigos e 7,6% já partiram até mesmo para agressões físicas.
A pesquisa mostra ainda que as dívidas chegam a afetar o desempenho profissional: 15,9% das pessoas que têm contas em atraso afirmaram ter ficado desatentas e pouco produtivas no trabalho ou nos estudos. Em um momento de aumento do desemprego, descuidar das atividades profissionais é um risco muito grande. Perdendo o emprego, ficará ainda mais difícil solucionar a questão do endividamento.
E é preciso equacionar as dívidas para se ter tranquilidade no bolso, saúde física e mental, relacionamentos saudáveis e bom desempenho profissional.
Planeje bons hábitos para 2016. Invista em sua educação financeira.
Carlos Eduardo Costa é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em Marketing pela CEPEDERH-UNA, em Finanças Empresariais pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em Administração pela PUC Minas/ Fundação Dom Cabral. É docente de programas de MBA em diversas instituições de ensino. É colunista semanal do jornal Super Notícia desde 2011, onde assina a coluna Meu Dinheiro. É consultor credenciado do SEBRAE MG. Colaborador de vários órgãos de imprensa. É autor dos livros infantis sobre educação financeira “No trabalho do papai”, “No supermercado”, “O cofrinho”, “Uma boa ação”, “A mesada”, “No shopping center”, “A poupança” e “Uma campanha de doação”. É autor do livro “Meu Dinheiro”. Palestrante sobre Educação Financeira já tendo atuado em pequenas, médias e grandes empresas.