*Por Eliane Ramos de Vasconcellos Paes
As empresas que se destacam em seus respectivos setores não chegaram ao topo por acaso. De forma continuada, seus gestores conseguem tomar decisões e manter atitudes que as tornam mais competentes, seja em finanças, marketing ou RH. Aliás, momentos de crise são também de oportunidade. Devemos usar o acrônimo do mundo em que vivemos, VUCA – volátil, complexo, ambíguo e incerto – para refletirmos e promovermos mudanças em nós e nas organizações.
A propósito, quer saber de uma unanimidade entre especialistas? A vantagem competitiva de uma empresa reside nas pessoas inquietas e curiosas. Seja porque elas são exímias compradoras ou porque são criativas nas estratégias de marketing e superam as ideias dos concorrentes. Vantagem competitiva não é um diferencial com data de validade. Ela só pode ser batizada assim se funcionar no longo prazo, se fizer parte do seu planejamento estratégico, criando proposta de valor que tenha claro o que fazer, mas, também, o que não fazer. Vantagem competitiva é trazer para a empresa um retorno financeiro acima da média do seu setor, desafio de todo empresário.
A economia não vive mais sem as palavras “compartilhamento” e “criatividade”. E essas duas não existem mais sem a tecnologia. “No futuro você não será dono de nada e terá acesso a tudo”. A frase é de Kevin Kelly, extraída do seu livro “O Inevitável”.
Recursos como robótica e realidade virtual estão revolucionando as formas de viver e trabalhar. A inteligência artificial vai ajudar a apurar diagnósticos e robôs serão capazes de realizar cirurgias com precisão. Por tudo isso, o teórico Peter Diamandis, escritor de “Abundância”, acredita que o futuro será melhor do que imaginamos. E, como dizem por aí, quem experimenta do ótimo não quer retornar para o bom.
Se essa democracia digital está mesmo acontecendo, como nos diferenciaremos? Como indivíduos absolutamente únicos e insubstituíveis, sendo a melhor versão de nós mesmos e nos completando com o outro, valorizando a diferença.
E para que possamos nos adaptar a esse mundo em permanente transformação, precisaremos atualizar constantemente o nosso “aplicativo” cerebral. A professora de psicologia de Stanford Carol Dweck defende em seu livro, “Mindset”, que as atitudes mentais das pessoas podem ser fixas ou progressivas. Os que têm atitude mental fixa nada poderão fazer nada para mudar. Já as pessoas de atitude mental progressiva investem no esforço como agente transformador, capaz de construir competências e, por que não, mundos melhores. Nunca deixem de seguir o ensinamento de Alvim Tofler: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. O único jeito de permanecer vivo neste mundo é se reinventar.
Esta coluna surgiu porque o jornal O TEMPO se importa e contribui para a formação de organizações melhores e mais produtivas, reforçando uma pergunta intrigante que sempre nos fazemos: Como a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), fundada em 1965, poderá continuar a colaborar para você e para a sua empresa? Afinal, temos um compromisso com a humanização dessas mudanças e com a educação das pessoas. Enquanto estivermos conectados ao desejo de resolver o problema de alguém ou de uma empresa, encontraremos um trabalho, um propósito e um sentido no nosso trabalho voluntário.
Partindo da inegável importância da transformação digital, esta será a meta da nossa coluna “Conexão RH”: trazer pontos de vista, insights, análises e experiências vivenciadas por nossos diretores, conselheiros, gestores de pessoas e lideranças empresariais. Um conteúdo especial, feito com exclusividade, conectando diversos temas que envolvem mudanças e desafios organizacionais. Conteúdo feito para informar, educar e estimular o pensamento crítico do leitor.
Assim será a nossa coluna “Conexão RH”: cérebros incríveis que estão por trás das mudanças de paradigmas. Cérebros humanos. Porque à frente ou por trás das inovações, como origem ou destino de toda transformação, estão as pessoas e suas relações. As pessoas e suas conexões. Por trás e à frente. Origem e sentido. O ouro são as pessoas!
*Eliane é presidente da ABRH-MG. Este artigo foi originalmente publicado no dia 11/04, na coluna Conexão RH, do jornal O Tempo.