Por MARISE DRUMOND
Ler sobre liderança autêntica, um dos vários perfis de liderança, fez-me refletir, como a área de Recursos Humanos se torna cada vez mais necessária, valiosa e contributiva no sentido de auxiliar as organizações, com relação ao desenvolvimento da autenticidade das pessoas e de si mesmo na aposta de um ambiente mais humanizado, transparente, suave e produtivo.
É fundamental que o antigo paradigma de união sem naturalidade e transparência seja quebrado, pois as organizações não se sustentarão em comportamentos obscuros. Não só em função da carência de relações mais verdadeiras, éticas, eficientes e engajadas, mas também pela população jovem que chega ao mercado de trabalho, curiosos e sedentos pela demonstração de transparência da empresa e no compartilhamento das informações.
As atuais configurações das organizações em seus gerenciamentos, fluxos, processos e modelos que estabelecem frentes aos negócios, não oferecem alternativas senão adquirir mais conhecimento, produzir e responder com a celeridade necessária. Mas, precisamos entender que os comportamentos que atraem as pessoas rumo a este alcance precisam ser equalizados e colocados dentro de uma nova lógica, mais humana e transparente, a fim de agregar ao desenvolvimento da empresa e ao crescimento pessoal de cada um. Por de trás de discursos recorrentes, abastecidos de sombras, vaidades e jogo de poder, infelizmente, a autenticidade nas relações pede socorro. Essa ausência na transparência das relações, promove um cenário de vazio interno e perda de energia cada vez maior, impedindo as pessoas de viverem conforme a sua verdadeira essência. Com isso, o humanizado se retira e cria-se, então, ambiente para a atuação de personagens que interpretam seus papéis, muitas das vezes de forma negativa. Pior ainda, em palco que não é somente dele, mas da organização e de vários outros agentes.
À medida que a autenticidade e naturalidade, por consequência tomam o espaço, são desenvolvidos e aceitos na vida das organizações, as regras são facilmente assimiladas, evitando modelos adaptados para atingir a produtividade, o que, na maioria das vezes, produz a ineficácia das atitudes que patinam em esforços incessantes de falta de clareza e discursos velados para resolver contingências a qualquer custo.
A métrica de foco em resultados não vai e não pode parar, mas as pessoas sim, podem desmistificar estereótipos de produtividade, poupando energia e contribuindo de fato para a cadeia de crescimento sustentável dos negócios por meio de práticas e condutas que dignificam a construção de vida e carreira. O mundo não permite mais padrões estáticos. Substituir a excessiva alimentação dos egos e poder, pela clareza e transparência de propósitos e atitudes é o caminho para as relações harmoniosas. Todos ganham.