Realizado na unidade de Belo Horizonte da Fundação Dom Cabral (FDC), o 1º Fórum ESG nos Conselhos, em parceria com Diversity on Boards (DoB), reuniu líderes e especialistas para discutir os principais desafios e oportunidades relacionados à pauta ESG, com foco em diversidade e inclusão e mudanças climáticas, no cenário global atual.
O evento abriu espaço para a troca de experiências e insights sobre temas relevantes, como diversidade, mudanças climáticas e o papel dos conselhos. De acordo com a vice-presidente de Conhecimento e Aprendizagem da FDC, Paula Simões, foram visões complementares sobre como reagir diante de um cenário tão desafiador para a pauta de ESG no contexto atual.
“No Brasil temos uma oportunidade incrível, diferentemente de outros países, de tornar essas pautas muito mais centrais nos nossos negócios pelas condições que o Brasil tem, que são diferentes de outras geografias e políticas. Saio com as energias renovadas para fazer desses temas cada vez mais pautas de inovação, progresso e resultados não só para o futuro, mas para o hoje e agora”, explica Paula Simões.
No painel “Desafios e oportunidades da pauta de DEI no novo cenário mundial”, mediado pela diretora de Diversidade e Inclusão (DEI) e ESG da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Minas Gerais (ABRH-MG), Renata Horta, políticas de diversidade e inclusão foram apontadas como valor e estratégia dentro das empresas.
“Precisamos levar a certeza de que essa é uma pauta necessária e urgente. É menos sobre o que está sendo discutido fora do País e mais sobre o que a nossa sociedade precisa. Eu acredito na agenda ESG e na diversidade como fonte de riqueza para as organizações”, pontua Renata Horta.
Na mesa, a presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, chamou a atenção sobre o desafio da produção de conteúdos corretos, relevantes e capazes de propor soluções em um cenário de profusão deliberada de informações falsas.
“A comunicação e o jornalismo precisam ir além da notícia, além da manchete do dia. Precisamos provocar debates, discussões, apontar caminhos, trazer mais análises. O Diário do Comércio tem uma iniciativa que é o Movimento Minas 2032 (MM2032), por exemplo, que trabalha para articular os setores produtivos com base nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, pontua Adriana Muls.
O Movimento Minas 2032 (MM2032) – pela transformação global, liderado pelo Diário do Comércio, propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015.
Para o presidente da ABRH-MG, David Braga, o Fórum é uma grande oportunidade para líderes empresariais e especialistas se reunirem e discutirem não apenas as práticas essenciais de governança, mas também como criar um impacto positivo mais amplo na sociedade por meio da diversidade e sustentabilidade. E um dos pontos críticos é preparar os profissionais de recursos humanos para subsidiar as lideranças para essa missão.
“Só podemos dar aquilo que temos. Então, para conseguir ajudar as lideranças, o profissional precisa se ajudar, buscando autoconhecimento, entendimento de como melhorar suas competências e habilidades. Quando falamos sobre diversidade e inclusão, falamos sobre impacto em faturamento, engajamento e felicidade no trabalho”, destaca Braga.
Segundo a diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral (FDC), Marina Spínola, o grande desafio é mostrar para as empresas que recuaram da pauta ESG nos últimos tempos que elas podem estar colocando o negócio em risco.
“Muitas empresas no Brasil mantêm a pauta de ESG porque elas têm isso como estratégia do negócio, motor da inovação e percebem a criação de valor para a organização. As que estão recuando, não tinham o propósito e muito menos a agenda ligada à estratégia e à gestão de risco da empresa. Essas serão cobradas pela sociedade e no bolso porque esse recuo impõe riscos. E quem já está fazendo pode fazer ainda melhor, porque já tem uma estrutura e cultura mais fortalecidas, cuidando do pertencimento das pessoas”, avalia Marina Spínola.